Por vezes os Espíritos se servem de médiuns especiais como condutores de seu fluido; estão aí os médiuns curadores propriamente ditos, cuja faculdade apresenta graus muito diversos de energia, segundo sua aptidão pessoal e a natureza dos Espíritos pelos quais são assistidos.[…]
Faremos observar que a mediunidade curadora não está ainda apresentada, ao nosso conhecimento, com caracteres de generalidade e de universalidade, mas, ao contrário, restrita como aplicação, quer dizer, que o médium tem uma ação mais poderosa sobre certos indivíduos do que sobre outros, e não cura todas as doenças. Compreende-se que isso deva ser assim, quando se conhece o papel capital que desempenham as afinidades fluídicas em todos os fenômenos de medianimidade. Algumas pessoas mesmo dela não gozam senão acidentalmente e para um caso determinado.Seria, pois, um erro crer que, porque se obteve uma cura, mesmo difícil, podem-se obtê-las todas, pela razão de que o fluido próprio de certos doentes é refratário ao fluido do médium; a cura é tanto mais fácil quanto a assimilação dos fluidos se opera naturalmente.
(Allan Kardec. Revista Espírita, abril 1865. 2.ed. p.161. (Grifos nossos))