“Em verdade, o mundo passa por transições difíceis e a Humanidade sente os golpes que lhe são desferidos.
Ergue-se a torre de Babel orgulhosa, confundindo os temas de paz e engendrando os programas de guerra.
Sofrem os povos a tirania do desentendimento, humilhados no verbo, proclamando a paz em várias línguas.
Entretanto, no pedestal do Evangelho e do Espiritismo paira o Esperanto, como bandeira de luz, conclamando os homens para a religião do amor e a oração da paz.
Caminhamos para o final de um século de dores, de sofrimentos e de lutas, vencidas etapas diversas com a vitória da Ciência, podendo o homem aquilatar o seu valor e o dom de sua inteligência fulgurante e sempre crescente, filho que é do Altíssimo, a caminho da luz.
E aí está o Esperanto, como bênção do Senhor, para uma confraternização mundial, onde deverão ser traçadas metas sublimes, roteiros formosos para a inteligência, no futuro.
No amor ao Mestre, os homens falarão a língua universal, combinarão os mesmos temas, simplificarão os entendimentos e facilitarão o desenvolvimento comercial na fraternidade legítima.
Assim, torna-se necessário intensificar, mais e mais, o estudo do Esperanto – a esperança do mundo para a conquista da paz.
Aproximemo-nos dos jovens, estimulando-os as estudo da língua sublime, falemos às crianças da Boa Nova da redenção, na palavra da edificação universal, confortemos nossos irmãos, levando-lhes a paz do Cristo na voz do Esperanto, para que o mundo atravesse o final de um século, não em transes de dores e abortando a própria injúria, mas dominado pelo ensejo da união divina de todos os corações.
Nossa prece ao Mestre e Senhor é para que sejam simplificados os caminhos humanos, e os Espíritos, combinados como flores de um mesmo jardim ou como ovelhas do mesmo rebanho, encontrem, enfim, a paz e a luz, transitando da Terra para o Céu, empunhando o divino lábaro: – Evangelho, Espiritismo, Esperanto. E o elo excelso será para a Humanidade terrestre a mais linda estrela a brilhar no firmamento do planeta.
Deus seja louvado.”
(Ismael Gomes Braga, Garimpeiros do além, 2. ed., Instituto Maria, 1991).