André Luiz esgotando resíduos mentais do corpo causal
Livro: Nosso Lar, 61, ed., cap. 12;
Autor: André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier;
Local: Colônia Nosso Lar;
Personagens: Lísias (desencarnado), visitador dos serviços de saúde em Nosso Lar; André Luiz (desencarnado), aprendiz;
Atividade: conversa de André Luiz e Lísias sobre o Umbral.
“Após receber tão valiosas elucidações, aguçava-se-me o desejo de intensificar a aquisição de conhecimentos […]. A ausência de preparação religiosa, no mundo, dá motivo a dolorosas perturbações. Que seria o Umbral? Conhecia apenas a ideia do inferno e do purgatório, por meio de sermões ouvidos nas cerimônias católico-romanas a que resistira, obedecendo a preceitos protocolares. Desse Umbral, porém, nunca tivera notícias.
[…]
Notando-me a dificuldade para apreender todo o conteúdo do ensinamento, com vistas à minha quase total ignorância dos princípios espirituais, Lísias procurou tornar a lição mais clara:
– Imagine que cada um de nós, renascendo no planeta, é portador de um fato sujo, para lavar no tanque da vida humana. Essa roupa imunda é o corpo causal, tecido por nossas próprias mãos, nas experiências anteriores. Compartilhando, de novo, as bênçãos da oportunidade terrestre, esquecemos, porém, o objetivo essencial, e, em vez de nos purificarmos pelo esforço da lavagem, manchamo-nos ainda mais, contraindo novos laços e encarcerando-nos a nós mesmos em verdadeira escravidão. Ora, se ao voltarmos ao mundo procurávamos um meio de fugir à sujidade, pelo desacordo de nossa situação com o meio elevado, como regressar a esse mesmo ambiente luminoso, em piores condições? O Umbral funciona, portanto, como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, […]” (g.n.) (p. 81-83)
André Luiz deixa o corpo causal nas Câmaras de Retificação
Livro: Nosso Lar, 61, ed., cap. 36;
Autor: André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier;
Local: Colônia Nosso Lar;
Personagens: André Luiz e sua mãe (desencarnados);
Atividade: visita de André Luiz a sua mãe durante o sono.
“[…] De fato, sentia grande necessidade do sono. Narcisa preparou-me o leito com desvelos de irmã.
Recolhido ao quarto confortável e espaçoso, orei ao Senhor da Vida agradecendo-lhe a bênção do trabalho de ter sido útil. […]
Daí a instantes, sensações de leveza invadiram-me a alma toda e tive a impressão de ser arrebatado em pequenino barco, rumando a regiões desconhecidas, Para onde me dirigia? Impossível responder. Ao meu lado, um homem silencioso sustinha o leme. […]
Decorridos minutos, vi-me à frente de um porto maravilhoso, onde alguém me chamou com especial carinho:
– André!… André!…
Desembarquei com precipitação verdadeiramente infantil. Reconheceria aquela voz entre milhares. Num momento, abraçava minha mãe em transbordamentos de júbilo.
Fui conduzido, então, por ela, a prodigioso bosque, onde as flores eram dotadas de singular propriedade – a de reter a luz, revelando a festa permanente do perfume e da cor. […] Minhas impressões de felicidade e paz eram inexcedíveis. O sonho não era propriamente qual se verifica na Terra. Eu sabia, perfeitamente, que deixara o veículo inferior no apartamento das Câmaras de Retificação, em ‘Nosso Lar’, e tinha absoluta consciência daquela movimentação em plano diverso. Minhas noções de espaço e tempo eram exatas. A riqueza das emoções, por sua vez, afirmava-se casa vez mais intensa. Após dirigir-me sagrados incentivos espirituais, minha mãe esclareceu bondosamente:
– Muito roguei a Jesus me permitisse a sublime satisfação de ter-te a meu lado, no teu primeiro dia de serviço útil. Como vês, meu filho, o trabalho é tônico divino para o coração.