ALIANÇA DA CIÊNCIA COM A RELIGIÃO
“No dia em que a evolução dispensar o concurso religioso para a solução dos grandes problemas educativos da alma do homem, a humanidade inteira estará integrada na religião, que é a própria verdade, encontrando-se unida a Deus, pela Fé e pela Ciência então irmanadas.” (Emmanuel, Palavras de Emmanuel, p. 128)
Jesus e a ciência universal
“Ora, entre os fariseus, havia um homem chamado Nicodemos, senador dos judeus – que veio à noite Ter com Jesus e lhe disse: ‘Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor, porquanto ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele.’
Jesus lhe respondeu: ‘Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.’
Disse-lhe Nicodemos: ‘Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe para nascer segunda vez?’
Retorquiu-lhe Jesus: ‘Em verdade, em verdade, digo-te: Se um homem não renasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. – O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. – Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo. – O Espírito sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabe donde vem ele, nem para onde vai; o mesmo de dá com todo homem que é nascido do Espírito.’
Respondeu-lhe Nicodemos: ‘Como pode isso fazer-se?’ – Jesus lhe observou: ‘Pois quê! És mestre em Israel e ignoras estas coisas? Digo-te em verdade, em verdade, que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. – Mas, se não me credes, quando vos falo estas coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das coisas do céu?'” (S. João, cap. 3, vv. 1 a 12.)
A ciência e religião, as duas alavancas da inteligência humana
“A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do mundo material e a outra as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se fossem a negação uma da outra, uma necessariamente estaria em erro e a outra com a verdade, porquanto Deus não pode pretender a destruição de sua própria obra.
[…] São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de ser completados; em que o véu intencionalmente lançado sobre algumas partes do ensino tem de ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, como duas forças que são, apoiando-se uma na outra e marchando combinadas, se prestarão mútuo concurso. Então, não mais desmentida pela Ciência, a Religião adquirirá inabalável poder, porque estará de acordo com a razão, já se lhe não podendo mais opor a irresistível lógica dos fatos.” (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap1, item 8)
Evangelho e Ciência
Muito do que ontem era mistério somente aceito pela fé, hoje é do domínio científico, por conseguinte, da razão. Muito do que hoje é considerado sobrenatural será conhecido e utilizado pela Ciência de amanhã. A razão terá se dilatado com o auxílio da intuição que, ampliando-se igualmente, prosseguirá descerrando novos horizontes ao conhecimento humano.
A fé tem suas raízes na intuição.
Graças à intuição da vida espiritual e da existência de um Poder Criador, inerente a todos os povos, cultos ou incultos, o homem tem depositado fé nos princípios religiosos que, não obstante as falhas e excessos, lhe freiam os impulsos primitivos e lhe apontam conduta adequada ao aperfeiçoamento.
A Ciência tem suas bases no raciocínio e na experimentação, instrumentos com os quais a razão seleciona e comprova os conhecimentos. Fé e Ciência, se inicialmente marcharam juntas sob a orientação de seres superiores, fizeram-no pelos caminhos Humanos, cedo tisnados de erros e astúcia ou desvirtuados pelos interesses pessoais, o que não tardaria em separá-las.
Olhando a realidade cósmica sob conceituação diversa, cada uma passou a explicar as coisas a seu modo. Colocaram-se em campos opostos, teimando em não ver o que uma e outra encerravam de verdade ou absurdo. Entretanto, como acabamos de concluir, o ser em evolução atinge fatalmente um ponto em que não poderá mais seguir por um destes caminhos sem perceber sua ligações com o outro.
Nem a Ciência pode prescindir da intuição, com as realidades maiores reveladas pela fé, quando deseja ultrapassar as limitações sensoriais para atingir dimensões mais amplas de conhecimento, nem a Fé pode ignorar a Ciência se não se quiser perder no labirinto das superstições ou nos absurdos do dogma, falsamente apoiados em preceitos vacilantes e inverificáveis.” (Vilma Americano Brasil, Evangelho e Ciência, cap. 03)
O duplo caráter da revelação espírita
“O Espiritismo, dando-nos a conhecer o mundo invisível que nos cerca e no meio do qual vivíamos sem o suspeitarmos, assim como as leis que o regem, suas relações com o mundo visível, a natureza e o estado dos seres que o habitam e, por conseguinte, o destino do homem depois da morte, é uma verdadeira revelação, na acepção científica da palavra.
Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. (Allan Kardec, A Gênese, cap. 01, itens 12 e 13)
A origem da incompatibilidade da ciência com a religião
“A incompatibilidade que se julgou existir entre essas duas ordens de idéias provém apenas de uma observação defeituosa e de excesso de exclusivismo, de um lado e de outro. Daí um conflito que deu origem à incredulidade e à intolerância.
A Ciência e a Religião não puderam, até hoje, entender-se, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam. Faltava com que encher o vazio que as separava, um traço de conhecimento que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o Universo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez comprovadas pela experiência essas relações, uma nova luz se fez: a fé dirigiu-se à razão; esta nada encontrou de ilógico na fé: vencido foi o materialismo. Mas, nisso, como em tudo, há pessoas que ficam atrás, até serem arrastadas pelo movimento geral, que as esmaga, se tentam resistir-lhe, em vez de o acompanharem. É toda uma revolução que neste momento se opera e trabalha os espíritos. Após uma elaboração que durou mais de dezoito séculos, chega ela a sua plena realização e vai marcar uma nova era na vida da Humanidade. Fáceis são de prever as conseqüências: acarretará para as relações sociais inevitáveis modificações, às quais ninguém terá força para se opor, porque elas estão nos desígnios de Deus e derivam da lei do progresso, que é lei de Deus. (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.1, item 8)
A evolução do espírito rumo à ciência universal
A Conquista da Perfeição Moral
“A perfeição sideral só o Espírito puro a possui. Não possui, porém, o saber sem limites, do qual só Deus dispõe. Nem mesmo os Espíritos que mais aproximados dele estão pela ciência desfrutam desse saber sem limites, porquanto nenhum Espírito criado, repetimo-lo, pode jamais igualar a Deus.
Aquele que conquistou a infalibilidade moral não é infalível intelectualmente, senão de modo relativo e por efeito da assistência de que goza, quando lhe falta alguma coisa da ciência para o desempenho de uma missão qualquer. Perfeitos moralmente, com relação a todos os Espíritos, sejam quais forem, ele é sempre , porque Deus assim o quer, assistido e sustentado pelos que lhe estão superiores em ciência.
A hierarquia, que, no tocante à ciência, existe entre os Espíritos puros, não passa, dentro da igualdade resultante da pureza que lhes é comum, de um princípio de assistência que se origina de Deus, única fonte donde dimanam e à qual remontam todo mérito e todo poder.
Sabei-o bem: o Espírito puro, embora muito tenha que fazer ainda para ganhar os extremos limites da ciência universal no infinito, é sempre, moral e intelectualmente, perfeito com relação a todos os planetas de que se acerque.” (J. B. Roustaing, Os Quatro Evangelhos, vol. 1, 8. ed., p. 326-329)
A Marcha inconsciente da Ciência na Terra à Procura de Deus.
“Há muitas coisas novas no campo atual dos conhecimentos e das pesquisas sobre Astronomia, que estão forçando a inteligência humana a rever os seus conceitos sobre os Universos, na marcha inconsciente da Ciência à procura de Deus.
De perplexidade em perplexidade, a Ciência caminha em campos novos, aos quais não está ainda acostumada. De repente, sem pretender e sem esperar, descobrirá o Espírito.
O homem gostaria de desenvolver suas capacidades sensoriais (auditivas, olfativas, visuais, etc.) para além dos limites que a sua atual condição fisiológica estabelece. Intuitivamente sente que isso é possível , mas ainda não percebeu que só poderá consegui-lo despertando e desenvolvendo, educando e aprimorando os seus poderes psíquicos, que conjugados aos físicos, lhe descerrarão horizontes imensuráveis de novas dimensões da vida. Mas, o que sobretudo ainda não percebeu é que o poder interior, espiritual, só eclode como conseqüência de um alto equilíbrio de tensão de forças dinâmicas suficientemente poderosas para potencializar o Espírito e desenvolver-lhe as capacidades divinas.
O que a Ciência terá de admitir é que não existe somente o nosso Universo; existem incontáveis Universos, na Criação Infinita. Eles são formados, nascem, crescem, envelhecem, contraem-se, “morrem”, explodem e renascem, numa incessante recriação, sob as vistas paternais de Deus e sob o controle amoroso e potente dos Arcanjos Divinos.
Diante das perplexidades da Ciência e da pressão cada vez maior dos fatos novos, que não cessam de fustigar a inteligência humana e de rumá-la para novas pesquisas e conclusões mais altas, cabe aos espíritas a sublime missão de oferecer aos pesquisadores e estudiosos humanos a contribuição substancial do Espiritismo, de modo a ajudar os cientistas sinceros a orientar-se com segurança na direção das verdadeiras soluções. Mas os espíritas só conseguirão fazer isso, com verdadeiro proveito , se se dedicarem seriamente ao estudo das realidades e dos progressos da Ciência, cotejando tudo, ponto por ponto, com as pesquisas, os conhecimentos e as revelações do Espiritismo, de modo a oferecer contribuições sérias aos pesquisadores e aos homens de pensamento que laboram fora dos muros. Alertados para inúmeros aspectos importantes da realidade, que insistem em desdenhar ou simplesmente não conhecem, talves alguns estudiosos capazes e de boa-fé acertem o passo no sentido de maiúsculas e felizes constatações.
Acostumados a tudo reduzir ao alcance dos seus sentidos ou da sua capacidade de entendimento, os homens se atordoam diante da grandeza ilimitada da Criação e só o seu inveterado orgulho os impede de desarmar o espírito e fazê-lo explodir em adoração de respeito e amor pelo Todo-Poderoso. Entretanto, os progressos da Astronomia, talvez mais que quaisquer outros, os estão forçando, cada vez mais, a essa sublime rendição, que marcará o fecundo e glorioso início de uma nova e insuspeitada sabedoria.” (Áureo, Universo e Vida, cap.2)
A contribuição do espiritismo à ciência
Tem o Espiritismo absoluta necessidade da ciência terrestre?
— Essa necessidade de modo algum pode ser absoluta. O concurso científico é sempre útil, quando oriundo da consciência esclarecida e da sinceridade do coração. Importa considerar, todavia, que a ciência do mundo, se não deseja continuar no papel de comparsa da tirania e da destruição, tem absoluta necessidade do Espiritismo, cuja finalidade divina é a iluminação dos sentimentos, na sagrada melhoria das características morais do homem. (Emmanuel, O Consolador, questão 1)